Você conhece a Teoria do Apego?

TEORIA DO APEGO




O apego pode ser compreendido como um conjunto de comportamentos do bebê que incluem a busca de proximidade física com a mãe e a exploração do ambiente. Segundo Bowlby (1969/1990), pressões evolutivas levaram os filhotes de mamíferos a desenvolver estratégias comportamentais peculiares na sua relação com o cuidador. A função básica do apego seria a proteção e de acordo com as relações estabelecidas levaria a um certo modelo de funcionamento psicológico e estilos de regulação das emoções que posteriormente seria generalizada para outros contextos e situações similares.
DESENVOLVIMENTO (Ainsworth & Bowlby, 1991).

0-3 anos: busca de proximidade física com a mãe e exploração do ambiente.

3-4 anos: Maior predisposição a formar vínculos afetivos com um pequeno número de cuidadores e busca ativa desses para conforto (situações ótimas) ou segurança (situações estressantes).

A qualidade e a forma dessas interações iniciais levariam ao desenvolvimento de modelos internos de funcionamento e a estilos de regulação das emoções que influenciariam o estabelecimento de relações com outras pessoas.

O tipo de apego estabelecido está diretamente ligado à qualidade da relação estabelecida entre mãe e criança.

·   Apego seguro: Predomínio de sentimentos de segurança e valorização. As crianças aprendem expectativas sociais positivas e entendimento (ainda que rudimentar) de trocas recíprocas. As crianças com apego seguro constrói um modelo de mãe disponível mesmo quando a mãe não podem vê-la. Por esse motivo, protestam menos na separação e são receptivos ao reencontro.

·      Apego Inseguro: Predomínio de interações aversivas onde a criança pode desenvolver expectativas negativas principalmente no que se refere a disponibilidade dos outros em momentos de necessidade e estresse. Posteriormente a criança pode desenvolver insensibilidade, raiva, agressão e falta de empatia nas relações estabelecidas posteriormente em seu desenvolvimento. Bebês com estabelecimento do apego inseguro, choram muito na ausência ou presença da mãe. (o choro é indicativo da ansiedade por trás da insegurança).

O apego inseguro é dividido em:

- Ansiosos/esquivo: Comportam-se com limitado comportamento exploratório, sempre demonstram aflição e choro diante da separação e no reencontro exibem misto de raiva e proximidade. As mães não conseguem acalmar ou confortá-los com facilidade.

- Ansiosos/ambivalentes: Na separação são indiferentes às suas mães e no reencontro não buscam conforto nelas. Muitas vezes observa-se crianças movendo-se em posição contrária ou movendo-se em posição oposta. São mais propensos a comportamento de raiva.

Estudos complementares (à partir de 1980) encontraram evidencias de que os tipos de apegos e seus padrões sofreriam influências da interação criança/cuidador e que as dificuldades não eram explicadas somente devido as características maternas. (sensibilidade materna)

Sob essa nova perspectiva a sensibilidade materna sofreria influência não somente da história dos vínculos afetivos da mãe, mas também da capacidade infantil de sinalizar aos cuidadores suas necessidades. Assim, características da criança (temperamento, irritabilidade, falta de atenção, impulsividade) e a qualidade dos vínculos conjugais (vínculos parentais e vinculo marital) poderiam influenciar as relações de pais e filhos.

 A  análise contextual permite pensar o apego associado a fatores que extrapolam o contexto familiar. Kreppner (2000) e Tudge e colaboradores (2000) indicam que além das figuras parentais, contextos como a escola, o trabalho, a família estendida, entre outros, exercem influência sobre o desenvolvimento infantil.”

Outras discussões e pesquisas realizadas por Vaughn, Egeland, Sroufe e Waters (1979), estudaram a influência do estresse no processo de apego e encontraram indicações de que cuidadores estressados apresentam mais dificuldades em responder sensivelmente às demandas infantis. Caso os pais tenham uma rede de apoio social, isso pode ocorrer de forma menos intensa.


Referências: Teoria do apego: elementos para uma concepção sistêmica da vinculação humana.  Fernando Augusto Ramos Pontes; Simone Souza da Costa Silva; Marilice Garotti e Celina Maria Colino Magalhães.


Roberta Alexandre Penitente
CRP 06/73227
Psicóloga especialista em Psicologia Clínica
Especialista em Psicopedagoga
Pós-Graduada em Educação na perspectiva do Ensino Estruturado para autistas
Pós-Graduanda em Terapia Cognitivo – Comportamental de crianças e adolescentes

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